Rally da Austrália 1999
C. Sainz / L. Moya
A presença da Toyota no Mundial de Rallies tem sido constante desde 1972. A marca japonesa despediu-se em finais de 1999 para iniciar um projeto que acabaria anos mais tarde na F1 e com um balanço invejável: quatro títulos de pilotos, três de marcas e 43 vitórias nos rallies do Mundial. Primeiro com o Celica e depois com o Corolla, a Toyota marcou uma época nesta especialidade do desporto automóvel. Como gesto simbólico de que os seus passos se encaminhavam em direção à F1, no último rally, o RAC de 1999, alinhou os seus dois pilotos que realizaram toda a temporada, Carlos Sainz e Didier Auriol, e um terceiro carro conduzido pelo britânico Martin Brundle, antigo piloto de F1.
Na longa história da Toyota nas competições o Celica foi considerado durante muitos anos o seu principal carro no Mundial de Rallies até que em 1997, o Corolla WRC participou pela primeira vez no Rally da Finlândia.
O Corolla era semelhante em termos de aspeto, mas turbo alimentado e com tração às quatro rodas. As suas dimensões mais reduzidas e a sua fácil manobrabilidade é que o distinguiam mais do seu antecessor. Segundo os dados oficiais, tinha um motor de 300cv que, graças ao turbo, podia debitar 350cv.
Em Janeiro de 1998 o Corolla estreou-se no Mundial no Rally de Monte Carlo pela equipa Toyota Europa. A estreia não podia ter sido mais brilhante, pois Carlos Sainz obteve a vitória, que não foi a única dessa temporada, pois também venceu o Rally da Nova Zelândia. O seu companheiro Didier Auriol ganhou em 1998 o Rally da Catalunha.
O ano de 1999 foi o da despedida da Toyota do Mundial depois de uma presença de 27 anos, 25 descontando o intervalo da exclusão em 1995 da marca por causa da suspensão imposta devido à modificação do turbo do motor. A equipa de competição da Toyota foi a mais brilhante do Mundial.
Com base na Alemanha, trabalhava na equipa cerca de 300 pessoas de dezassete nacionalidades, Delas, as mais conhecidas eram os pilotos, Carlos Sainz e Didier Auriol, e o responsável técnico máximo, o sueco Ove Andersson.
A Toyota despediu-se do Mundial em 1999 com um balanço de quatro título mundiais de pilotos consecutivos, dois de Sainz (1990 e 1992), um do finlandês Juha Kankkunen (1993), outro do françês Didier Auriol (1994), e três títulos de marcas (1993, 1994,e 1999). Todos eles graças a 43 vitórias em rallies do Mundial.
Para Carlos Sainz, a Toyota representa uma grande parte da sua carreira desportiva no Mundial: 15 das suas 35 vitórias (até ao final de 2003) foram obtidas com a marca japonesa, presente no Mundial desde 1972. Da mesma forma, o espanhol foi o seu piloto mais eficaz da Toyota. Na despedida do Mundial, a Toyota obteve o prémio do seu terceiro título de marcas, objetivo da temporada perante a incontestável superioridade de um Tommi Mäkinen, que conquistaria o seu quarto título consecutivo de Campeão do Mundo.
Em 1999, o Rally da Austrália, penúltima prova do Mundial, apresentava-se emocionante. Mäkinen (Mitsubishi) e Auriol (Toyota) eram os principais candidatos ao título de pilotos, empatados a 48 pontos, com Sainz em terceiro mas com poucas hipóteses, com 38 pontos. A Toyota tinha que garantir o título de marcas mas o primeiro dia da prova correu-lhe mal porque Didier Auriol abandonou na sexta especial depois de ter embatido numa árvore no troço anterior, danificando o radiador.
A luta trovou-se entre Sainz, líder no fim da primeira etapa e que já há quinze meses não vencia uma prova, e Burns.
O piloto inglês da equipa Subaru venceu quatro dos oito troços da segunda etapa e o espanhol ganhou três. No final do dia, Burns superava Sainz por 4,4 segundos, enquanto o finlandês Tommi Mäkinen, da Mitsubishi, era terceiro a 2'40'' do líder, após o abandono do escocês Colin McRae (Ford) num espetacular acidente a 185km/h, do qual, todavia, saíram ilesos o piloto e o co-piloto. A Mäkinen bastava-lhe ficar em terceiro porque, mesmo que Auriol ganhasse a última prova, o RAC inglês, com a igualdade de pontos o título seria para o finlandês devido ao seu maior número de vitórias (quatro contra uma de Auriol).
Com uma tática conservadora, Mäkinen rolou calmamente em terceiro lugar, com as costas protegidas pelo seu companheiro de equipa, o belga Freddy Loix.
Note-se a grande eficácia de Sainz na Austrália ganhou dez dos 23 troços do rally, quando o seu melhor rendimento nessa temporada tinha sido sete parciais no Rally da Suécia, mas não conseguiu evitar a vitória de Richard Burns. No final, um pódio satisfeito na Austrália. Burns festejou a vitória, Sainz o título de marcas da Toyota e Mäkinen, o mais feliz de todos, o seu quarto título consecutivo de pilotos. «Creio que o meu recorde de quatro títulos mundiais consecutivos não será fácil de bater. O deste ano não foi assim tão fácil de conseguir como parece, tive altos e baixos durante a temporada. Para ganhar é preciso trabalhar muito mas, sobretudo, ter sorte», declarou Mäkinenna conferência de imprensa final.
Pos | Nr | Driver/Car | Nat | Gr | Time | Pen. |
1st | 5 | Burns, Richard Subaru Impreza WRC99 | GB | A8 | 3h 44m 31,5s | --:-- |
2nd | 3 | Sainz, Carlos Toyota Corolla WRC | ES | A8 | +11,6s | --:-- |
3rd | 1 | Makinen, Tommi Mitsubishi Lancer Evo VI | FI | A8 | +4m 31,4s | --:-- |
4th | 2 | Loix, Freddy Mitsubishi Carisma GT | BE | A8 | +7m 32,5s | 0:10 |
5th | 15 | Gronholm, Marcus Peugeot 206 WRC | FI | A8 | +8m 01,9s | --:-- |
6th | 9 | Rovanpera, Harri Seat Cordoba WRC Evo2 | FI | A8 | +8m 12,8s | 0:30 |
7th | 8 | Radstrom, Thomas Ford Focus WRC | SE | A8 | +8m 29,6s | --:-- |
8th | 23 | Arai, Toshihiro Subaru Impreza | JP | N4 | +21m 18,3s | --:-- |
9th | 30 | Eriksson, Kenneth Hyundai Coupe Kit Car Evo2 | SE | A7 | +21m 26,9s | 0:10 |
10th | 34 | Rowe, Martin Renault Megane | GB | A7 | +21m 57,6s | --:-- |
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