Rally Safari 2000
D. Auriol / D. Giraudet
Há cerca de 25 anos a Seat tornou-se notada no Rally de Monte Carlo graças a Antonio Zanini e a Salvador Cañellas que, ao volante dos correspondentes 1430-1600, acabaram em terceiro e quarto, respetivamente, na prova que abre o Mundial. Salvador Servià, com um carro semelhante, ocupou o décimo lugar.
Duas décadas mais tarde, e após uma experiência famosa na categoria de 2 litros com o Ibiza «kit car», a marca espanhola apresentava o Córdoba WRC, um carro do qual não aproveitou todas as performances.
Foi com os populares «táxis», os Seat 1430, com quais Zanini, Cañellas e Servià, este último como piloto privado, deslumbraram o mundo no Monte Carlo de 1977. Vicente Aguilera, engenheiro chefe do departamento de competição da Seat, foi o responsável pela afinação dos modelos 124 com um motor 1800cc.
Porém, após essa proeza, o departamento de competição não marcou grandes presenças em provas internacionais. Foi em meados da década de 1990, de novo graças ao empenho de Aguilera, que a Seat voltou a brilhar e conquistou com o Ibiza dois títulos da Taça FIA (1996 e 1997) para veículos de 2 litros. A Seat precisava da aprovação da Volkswagen para iniciar o desenvolvimento e construção de um World Rally Car (WRC). Em Julho de 1997 chegou a luz verde e escolheu-se o modelo Córdoba de duas portas, cuja versão WRC foi apresentada no Salão do Porto no ano seguinte.
O Motor de quatro cilindros, 1995cc de cilindrada e cabeça de 16 válvulas, debitava, graças à utilização de um sistema de gestão eletrónica e de um turbocompressor, mais de 300 cavalos de potência.
A estreia em competição teve lugar no Mil Lagos, nos finais de Agosto de 1998, com dois carros pilotados por Harri Rovanpera e Oriol Gómez. O sueco obteve o primeiro ponto do Córdoba no RAC Rally desse mesmo ano.
Em 1999 a Seat confirmou Rovanpera e Toni Gardemeister, que tinha pilotado nos anos anteriores o Ibiza «kit car», como pilotos oficiais, ao passo que o italiano Piero Liatti substituiu Oriol Gómez. Os dois primeiros subiram ao pódio nessa temporada. Rovanpera fê-lo no RAC ao terminar em terceiro no seu último rally com a Seat e Gardemeister obteve uma classificação idêntica na Nova Zelândia.
Para a temporada de 2000 foi anunciado Didier Auriol em substituição de Rovanpera, enquanto Liatti deixava a equipa. O único francês que tinha conquistado o título de mundial de pilotos (1994) chegava depois de na temporada anterior ter defrontado Tommi Mäkinen, embora sem ter conseguido evitar que o finlandês vencesse o seu quarto título mundial consecutivo e de ter visto Richard Burns roubar-lhe a sua segunda posição na classificação geral final.
O início de 2000 não podia ter sido mais promissor, atendendo ao quarto lugar de Gardemeister no Monte Carlo e ao terceiro de Auriol no Rally Safari, apesar dos problemas de adaptação do piloto francês ao carro e deste percorrer muitos quilómetros sem a direção assistida.
A dureza da prova africana provocou estragos entre os participantes, com o consequente abandono de alguns ilustres, tais como o vigente campeão Tommi Mäkinen, Colin McRae e Marcus Grönholm. Auriol salvaguardou o exemplo perante os Subaru de Richard Burns e Juha Kankkunen, que dominaram a prova, cabendo a vitória ao britânico. Auriol começou por vencer a primeira especial, seguido de muito perto pela dupla da Subaru, que já no segundo troço monopolizara o duelo pela vitória. Gardemeister sofreu um acidente, perdeu a porta esquerda e o seu co-piloto lesionou-se no pescoço, o que os obrigou a abandonar a prova.
A segunda etapa foi protagonizada por Carlos Sainz e pelo seu Ford Focus, que ganhou cinco posições em relação ao dia anterior. Ocupou o quarto lugar, atrás de Auriol, sempre à espera de um erro dos Subaru, mas que sem chegar a incomodá-lo.
A terceira etapa não trouxe novidade em relação aos primeiros lugares da classificação e Auriol terminou em terceiro.
No Rally da Finlândia, a Seat estreou o Córdoba WRC Evo III, mas na prova seguinte, no Rally do Chipre, anunciou a retirada da marca do Mundial. O carro deixou boa impressão de ter uma boa base, mas o caminho escolhido não pareceu o mais indicado. Auriol queixou-se sempre da direção e da caixa de velocidades, e o ambiente começou a ficar de tal maneira pesado que os dirigentes da Seat Sport anunciaram o seu adeus no Mundial.
Pos | Nr | Driver/Car | Nat | Gr | Time | Pen. |
1st | 3 | Burns, Richard Subaru Impreza WRC99 | GB | A8 | 8h 33m 13,0s | --:-- |
2nd | 4 | Kankkunen, Juha Subaru Impreza WRC99 | FI | A8 | +4m 37,0s | --:-- |
3rd | 7 | Auriol, Didier Seat Cordoba WRC Evo2 | FR | A8 | +22m 44,0s | 0:30 |
4th | 6 | Sainz, Carlos Ford Focus WRC 00 | ES | A8 | +28m 18,0s | 3:30 |
5th | 16 | Solberg, Petter Ford Focus WRC 00 | NO | A8 | +31m 27,0s | 1:10 |
6th | 17 | Arai, Toshihiro Subaru Impreza WRC99 | JP | A8 | +46m 03,0s | 4:10 |
7th | 11 | Schwarz, Armin Skoda Octavia WRC | DE | A8 | +58m 58,0s | 0:20 |
8th | 12 | Climent, Luis Skoda Octavia WRC | ES | A8 | +1h 18m 00,0s | 11:50 |
9th | 31 | Menzi, Claudio Marcelo Mitsubishi Lancer Evo VI | AR | N4 | +2h 05m 54,0s | 1:00 |
10th | 22 | Sanchez, Roberto Subaru Impreza WRX | AR | N4 | +2h 23m 52,0s | 1:20 |
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