Rally Tour de Corse 1985
J. Ragnotti / P. Thimonier
Com apenas duas presenças no Mundial de rallies, ambas no Tour de Corse, o Maxi Turbo deu nas vistas sobretudo no campeonato francês mas a decisão da marca de inscrever o carro nas edições de 1985 e 1986 da prova corsa não podia ter sido mais acertada: vencedor em 1985 com Jean Ragnotti e Pierre Thimonier e segundo em 1986 com François Chatriot e Michel Périn.
O Renault 5 Maxi Turbo, uma evolução do R 5 Turbo de 1397cc, apareceu em 1985.
A sua potência de 350cv para apenas 930kg fizeram dele uma verdadeira «fera» muito difícil de domar. Com efeito, só participou por duas vezes no Mundial de rallies, em 1985 e 1986, e em ambas as ocasiões a sua presença limitou-se ao Tour de Corse, mas marcou indiscutivelmente o campeonato francês de rallies.
Para sua estreia a Renault fez alinhar ao volante dos três Maxi Turbo Ragnotti / Thimonier e Chatriot / Périn, equipados com pneus Michelin, e Auriol / Ocelli, que usaram Pirelli.
Porém, a sua estreia foi ofuscada por dois motivos. O primeiro, o aparecimento do 205 Turbo 16 Evolution 2, o carro que iria dominar o Mundial de pilotos em 1985 e 1986 ao vencer os títulos com Timo Salonen (85) e Juha Kankkunen (86) bem como o título de construtores nesses dois anos.
Contudo, o que marcou verdadeira e tragicamente esse rally foi a morte de Attilio Bettega, piloto da Lancia, em Santa Giulia, na quarta especial da prova. Depois de perder o controlo à saída de uma curva, Bettega embateu numa árvore e teve morte imediata. O seu co-piloto, Maurizio Perissinot, saiu ileso do acidente.
Deu-se a trágica coincidência de o italiano já ter sofrido outro acidente muito grave no Tour de Corse três anos antes, que lhe provocara fraturas em ambas as pernas, e dessa prova ter sido ganha por Ragnotti.
Levou um ano a recuperar e em 1983 obteve a sua única vitória no Mundial em San Remo. Apesar do acidente, o Tour de Corse prosseguiu, com a ausência de Markku Alen e Micky Biasion, outros dois pilotos da Lancia, que se retiraram. Foi Ragnotti, «Jeanot» para os fãs franceses, que desde a primeira especial assumiu a liderança do rally, posição que manteria até ao final não obstante os ataques dos 205 de Vatanen e Saby, mas que sofreram vários furos que lhes roubaram quaisquer hipóteses de vitória, sobretudo a Vatanen pois Saby acabou por ocupar o segundo lugar.
Além da já citada morte de Bettega, o primeiro dia do rally saldou-se pelos abandonos dos Audi e dos Lancia e pela vantagem de seis minutos de Ragnotti em relação a Saby que, no dia seguinte, procurou manter os pontos uma vez que os Audi já não estavam em prova. Vatanen acabou por abandonar depois de um despiste e Jean Ragnotti impressionou toda a gente com a sua vitória, a terceira pessoal no Mundial depois de vencer o Monte Carlo de 1981 com um R 5 Turbo e o Tour de Corse de 1982 com o mesmo carro.
Pos | Nr | Driver/Car | Nat | Gr | Time | Pen. |
1st | 3 | Ragnotti, Jean Renault 5 Maxi Turbo | FR | B | 12h 54m 15s | --:-- |
2nd | 11 | Saby, Bruno Peugeot 205 Turbo 16 E2 | FR | B | +12m 32s | --:-- |
3rd | 10 | Beguin, Bernard Porsche 911SC RS | FR | B | +25m 49s | --:-- |
4th | 15 | Coleman, Billy Porsche 911SC RS | IE | B | +57m 07s | --:-- |
5th | 23 | Loubet, Yves Alfa Romeo GTV6 | FR | A | +1h 09m 38s | --:-- |
6th | 22 | Balas, Bertrand Alfa Romeo GTV6 | FR | A | +1h 22m 38s | --:-- |
7th | 21 | Bouquet, Jean-Paul Talbot Samba | FR | B | +1h 30m 22s | --:-- |
8th | 34 | Bartoli, Camille Renault 5 Turbo | FR | B | +1h 32m 15s | --:-- |
9th | 41 | Paoletti, Jean-Jacques Renault 5 Turbo | FR | B | +1h 58m 20s | --:-- |
10th | 112 | Bernardini, Patrick BMW 323i | FR | N | +2h 02m 07s | --:-- |
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