Rally Monte Carlo 1978
J. P. Nicolas / V. Laverne
Jean Pierre Nicolas e Vincent Laverne conquistaram para a Porsche a vitória no Rally de Monte Carlo de 1978. Nicolas, um piloto fiel à Renault e a Alpine, alinhou à pressa neste rally depois de, à última hora, ter obtido o apoio da Gitanes. Uma semana antes o seu patrocinador retirou-se e o marselhês alugou um 911 Carrera RS aos irmãos Almeras, célebres na preparação de carros. Nicolas destacou-se na edição de 1978 do Monte Carlo porque foi o primeiro piloto privado a vencer a mítica prova desde que em 1956 Adams e Bigger a tinham ganho com um Jaguar.
Curiosamente, a marca alemã, que não havia criado uma equipa oficial para rallies, foi quem inaugurou o palmarés do Mundial de Construtores, criado em 1970. A fiabilidade e resistência dos seus carros foram sempre uma garantia quando as condições da prova se tornaram extremas.
Foi isso mesmo que aconteceu no Monte Carlo de 1978, que começou com a anulação de vários troços devido à neve ou à falta de colaboração das autoridades do departamento de Ardeche, que anularam duas clássicas especiais com Saint Pierreville (16km) e o temível Burzet (44km), percurso infernal para muitos. À partida o grande favorito à vitória era o italiano Sandro Munari, vencedor das três edições anteriores, mas logo na primeira etapa foi obrigado a abandonar porque, primeiro, partiu o cabo do acelerador e, depois a caixa de velocidades do seu Fiat 131.
Assim Walter Röhrl, também com um Fiat 131 Abarth, assumiu a liderança da prova mas os Renault 5 Alpine de Guy Fréquelin e Jean Ragnotti começaram logo a destacar-se e no final do primeiro dia era Fréquelin quem liderava, com Nicolas em quinto a 19''.
Foi no segundo troço da segunda etapa, Pont de Miolans (24km), que o francês assumiu o comando da prova e pôs termo à tentativa de liderança de Röhrl, que pagou caro um erro na escolha de pneus cometido por todos os Fiat, à exceção de Jean Claude Andruet.
Mas o azar do alemão não se ficou por aqui e nesta segunda etapa chegou a perder cinco minutos quando o seu carro parou devido a um problema elétrico. Enquanto isto, Nicolas continuava a distanciar-se vários segundos dos R5 Alpine, que nessa altura já eram únicos adversários capazes de roubar a vitória ao francês, que cumpria a sua décima primeira participação no Monte Carlo, onde se estreara como co-piloto do pai, Georges Nicolas, com um R8 Gordini oficial. Havia sempre ocupado bons lugares mas nunca chegara à vitória.
Agora ela estava ao alcance da mão face à hecatombe dos Fiat e tinha apenas de manter a vantagem de quase um minuto e meio que, no final da segunda etapa, o separava dos Renault de Ragnotti e Frèquelin. Chegou mesmo a aumentá-la para acabar por vencer a prova.
Esse ano foi o mais prolífico da sua carreira desportiva porque à vitória em Monte Carlo juntou mais tarde os triunfos no Safari e na Costa do Marfim, pilotando nessa ocasião um Peugeot 504 V6 Coupé.
Pos | Nr | Driver/Car | Nat | Gr | Time | Pen. |
1st | 3 | Nicolas, Jean-Pierre Porsche 911 | FR | G4 | 6h 57m 03s | 0:10 |
2nd | 19 | Ragnotti, Jean Renault 5 Alpine | FR | G2 | +1m 52s | --:-- |
3rd | 12 | Frequelin, Guy Renault 5 Alpine | FR | G2 | +2m 52s | --:-- |
4th | 2 | Rohrl, Walter Fiat 131 Abarth | DE | G4 | +3m 19s | --:-- |
5th | 8 | Darniche, Bernard Fiat 131 Abarth | FR | G4 | +5m 41s | 0:10 |
6th | 4 | Andruet, Jean-Claude Fiat 131 Abarth | FR | G4 | +6m 20s | --:-- |
7th | 10 | Mouton, Michele Lancia Stratos HF | FR | G4 | +8m 47s | --:-- |
8th | 6 | Verini, Maurizio Fiat 131 Abarth | IT | G4 | +11m 58s | --:-- |
9th | 7 | Kullang, Anders Opel Kadett GT/E | SE | G1 | +14m 38s | 0:30 |
10th | 5 | Bacchelli, Fulvio Lancia Stratos HF | IT | G4 | +14m 55s | 1:10 |
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