segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

SKODA FABIA WRC

Rally Tour de Corse 2003
D. Auriol / D. Giraudet



A Skoda, antiga marca da ex-Checoslováquia, tem sido uma marca presente desde há muito no mundo da competição. O Skoda Fabia é o substituto do Octavia, que consolidou a marca no Mundial de Rallies. Embora o seu palmarés não seja significativo, a Skoda mantém a sua vocação competitiva e o Fabia é o mais recente exemplo deste empenho.
Nem na Segunda Guerra Mundial nem as restrições da época comunista conseguiram apagar as aspirações desportivas da Skoda. Representada pelos seus próprios empregados em rallies, provas de resistência e mesmo na F3, onde fez uma incursão em 1964, a marca checoslovaca considerou sempre que as diferentes modalidades eram a melhor forma de promover os seus veículos.
Em 1991, a marca entrou para o grupo Volkswagen e foi criada a Skoda Motorsport dentro da própria empresa.
Foi o primeiro passo para um projeto mais ambicioso: disputar o Mundial WRC. Em 1993, a Skoda apresentou o Favorit 1300 e fez oito provas mundiais. No ano seguinte, venceu o Mundial FIA F2 para carros de dois litros e em 1995 introduziu o kit car Felicia, com o qual alcançou o primeiro pódio da sua categoria. Foi com Stig Blomqvist no RAC Rally de 1995, mas que nesse ano não pontuou para o Mundial.


O passo seguinte foi competir com o Octavia WRC, que foi apresentado em 1999 e alcançou um quarto lugar no RAC Rally. Tendo em conta a sua robustez e dimensões exageradas, os Octavia cumpriram as expetativas durante quatro anos e meio no Mundial antes de darem lugar ao Skoda Fabia, que se estreou no Rally da Alemanha de 2003.
Com dimensões mais reduzidas e mais rápido que o seu antecessor, o Fabia incorpora uma nova versão da mecânica utilizada pelo Octavia WRC. É um quatro cilindros turbocomprimido com uma cilindrada de 2000cc, de acordo com o regulamento para a sua categoria. Este motor foi desenvolvido a partir do conhecido 1.8 Turbo de cinco válvulas por cilindro. A potência está limitada a 300cv. No novo modelo foi prestada especial atenção à rigidez estrutural. A sua apresentação teve lugar no Motor Show de Genebra, em Março de 2003.
Em nove meses, Daniel Petr, da Skoda Motorsport, e Thomas Ingenlath, chefe de desenho da Skoda Auto, projetaram o Fabia, um carro que entusiasmou o veterano Didier Auriol assim que o experimentou.
«Talvez seja o carro que mais me surpreendeu ao longo da minha carreira, mas quem sabe o que vai acontecer? Estou convencido de que o Fabia WRC tem um enorme potencial. mas é um carro muito recente para fazer qualquer previsão», explicou o piloto francês.
Na sua estreia no Rally da Alemanha nem Didier Auriol nem Toni Gardemeister acabaram a prova mas ninguém esperava um milagre nesta estreia. «Para nós a Alemanha será metade prova e outra metade um teste», afirmou Gardemeister antes da estreia do carro.
Os resultados neste ano de estreia não são tão importantes como a evolução do carro, e quem melhor para o afinar do que o veterano Didier Auriol, famoso no mundo dos rallies pela sua meticulosidade quando se trata de afinar uma máquina, pela precisão das suas observações e pelo trabalho sempre perfecionista.



Único piloto francês Campeão do Mundo (1994), único não finlandês, a par de Carlos Sainz, a ganhar o Mil Lagos e recordista de vitórias numa só temporada, seis em 1992, (até 2003), ofrancês vinha de um ano em branco (2002) depois de ter lutado uma temporada numa marca francesa, a Peugeot, e durante a qual venceu o Rally da Catalunha com o 206 WRC, a sua vigésima vitória mundial, troféu do qual acabou por sair decepcionado. O Tour de Corse, paradigma do rally de asfalto, é também conhecido como o das «dez mil curvas» devido ao traçado serpenteante das suas especiais. É uma prova especial para Auriol, que já a ganhou por seis vezes (recorde de vitórias) e onde em 1988, ao volante de um Sierra Cosworth RS, obteve a primeira das suas vinte vitórias mundiais.
No entanto, em 2003 a experiência foi amarga. Didier Auriol foi obrigado a abandonar logo no início da primeira etapa do rally a um problema elétrico resultante da perda de água do sistema de refrigeração, que provocou um curto-circuito que bloqueou a caixa de velocidades. O regulamento impede os pilotos de abrir o capot do carro na zona da saída e, se não fosse isso, Auriol teria acionado a caixa manual. O francês explicou que «o motor arrancava, mas quando engrenava uma mudança, desligava-se. A largada deste rally era uma subida e, por isso, pus o motor a trabalhar a alta rotação e a caixa deixou de funcionar. Se não estivesse na zona de controlo, teria resolvido o problema, mas ali já não podia nem abrir o capot».




14  Auriol, Didier
 Skoda Fabia WRC
   FR   A8   SS1  retired
  Mechanical

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