Rally de Monte Carlo 2003
S. Loeb / D. Elena
Após dois anos de bons resultados em 2003 a Citroën decidiu participar em todas as provas do Mundial com o Xsara, entregue a Sébastien Loeb, Colin McRae e Carlos Sainz. A aposta não podia ter sido mais certeira, pois em Monte Carlo, a primeira prova da temporada, subiram os três ao pódio por essa ordem. Sainz confirmou as potencialidades do Xsara com uma vitória na Turquia e dois segundos lugares, na Argentina e na Acrópole. Foi em Setembro de 1997 que a Citroën lançou o Xsara, um carro criado para responder às exigências dos clientes europeus em termos de habitabilidade e equipamento. A meio caminho entre o Saxo e o Xantia, o Xsara nasceu como símbolo de uma nova geração dos melhores carros da gama média. Como o mercado respondeu muito bem, a Citroën começou a aprofundar a ideia de desenvolver um modelo para a competição e o Mundial de Rallies surgiu como um desafio sugestivo e exequível. Em 1998, um ano depois da apresentação ao público,já se trabalhava no desenvolvimento de um automóvel competitivo numa modalidade em que as marcas não só arriscam orçamentos milionários como também o prestígio perante um público cada vez mais exigente.
O carro foi desenvolvido em Maio de 1999 mas com a desaprovação da Peugeot, pouco entusiasmada com a perspetiva de ver as suas duas marcas, a Peugeot e a Citroën, a degladiarem-se em competição. além disso, as novas regras da FIA exigiam um maior empenho por parte dos construtores, o que ainda dificultava mais as coisas. Contudo, Guy Fréquelin, diretor da Citroën Sport, não desistiu até conseguiu convencer a Federação Francesa a criar um regulamento específico que permitisse a inscrição do Xsara T4 no Campeonato de França de 2000. Deste modo, o carro tinha um ano inteiro para ser desenvolvido em competição, algo tão importante como poder competir. O Xsara foi esmagador nesse Campeonato de França, no qual participou depois de ter percorrido milhares de quilómetros de testes realizados na estrada. O carro estava pronto para dar o grande salto para o Mundial de rallies. Em 2001 participou em quatro provas: foi pilotado por Philippe Bugalski e por Jesús Puras, que correram três provas em asfalto e uma em terra. As esperanças concretizaram-se: San Remo, Puras e Bugalski sofreram saídas de estrada, mas a estrela em ascenção, o francês Sébastien Loeb, ocupou o segundo lugar. No Tour de Corse, o espanhol Puras foi imbatíbel e ofereceu à Citroën a sua primeira vitória num rally do Campeonato do Mundo. Como corriam sem a pressão de terem que fazer todo o Mundial, puderam preparar cada prova com calma e na Acrópole, longe do asfalto onde dá tão boas provas, Bugalski conseguiu ficar em sexto. No ano seguinte, em 2002, foram ssete os rallies pontuáveis que a Citroën realizou com o Xsara e os bons resultados continuaram a verificar-se, sobretudo graças a Sébastien Loeb, que se impôs no Rally da Alemanha, depois de ter ficado em segundo em Monte Carlo. Também subiram ao pódio Bugalski, terceiro no Rally da Catalunha, e Thomas Radstrom, igualmente terceiro no Quénia. Há já muito tempo que a Citroën tem a preocupação de descobrir jovens talentos nas fórmulas de promoção. Foi este o caso de Loeb, descoberto por Guy Frequelin num campeonato organizado pela própria marca. O jovem superou com sucesso todas as etapas prévias. Em 2001 venceu o título absoluto Junior WRC com o Saxo S1600 e, em finais dessa temporada, foi-lhe entregue o Xsara WRC.
Em 2002 a campanha começou com um sabor amargo para Loeb. Foi o mais rápido em Monte Carlo mas um erro dos seus mecânicos valeu-lhe uma penalização de dois minutos que o atirou para o segundo degrau do pódio, atrás de Tommi Mäkinen ao volante de um Subaru Impreza. Consolou-se meses mais tarde ao vencer o Rally da Alemanha, a sua primeira vitória no Campeonato do Mundo e a segunda do Xsara após a obtida por Puras no San Remo de 2001. No entanto, o grande dia de Loeb ainda estava para chegar. Aconteceu na edição de 2003 do Rally de Monte Carlo, na qual assumiu a liderança da classificação após um erro de pilotagem de Marcus Grönholm na penúltima especial do segundo dia. O bicampeão do Mundo (2000 e 2002) levou mais meia hora a retomar a prova e o jovem Loeb não desperdiçou a oportunidade para conquistar a sua segunda grande vitória e dedicá-la ao seu co-piloto monegasco Daniel Elena. O êxito da Citroën foi esmagador: Loeb foi secundado no pódio pelos seus colegas de equipa Colin McRae e Carlos Sainz. Uma tripla histórica para a marca francesa na primeira prova do seu primeiro Mundial completo num cenário mítico do automobilismo mundial. O alsaciano de 29 anos confirmou plenamente as esperanças que, há já algum tempo, Guy Fréquelin e os responsáveis da marca haviam depositado nele. Após esta importante vitória em Monte Carlo, Loeb explicou que não participara na primeira prova do Mundial com um espírito de desforra: «No ano passado este rally foi, para mim, uma experiência muito dura. Agora encarei o rally sabendo que Grönholm era o favorito, mas que não era imbatível», afirmou.
Pos
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Nr
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Driver/Car
|
Nat
|
Gr
|
Time
|
Pen.
|
1st
|
18
|
Loeb, Sebastien
Citroen Xsara WRC
|
FR
|
A8
|
4:29:11,4
|
--:--
|
2nd
|
17
|
McRae, Colin
Citroen Xsara WRC
|
GB
|
A8
|
+38,1
|
--:--
|
3rd
|
19
|
Sainz, Carlo
Citroen Xsara WRC
|
ES
|
A8
|
+52,2
|
--:--
|
4th
|
4
|
Martin, Markko
Ford Focus RS WRC 02
|
EE
|
A8
|
+55,5
|
--:--
|
5th
|
2
|
Burns, Richard
Peugeot 206WRC (2002)
|
GB
|
A8
|
+3:16,5
|
--:--
|
6th
|
20
|
Robert, Cedric
Peugeot 206WRC (2001)
|
FR
|
A8
|
+5:16,7
|
--:--
|
7th
|
5
|
Duval, Francois
Ford Focus RS WRC 02
|
BE
|
A8
|
+5:17,1
|
--:--
|
8th
|
10
|
Schwarz, Armin
Hyundai Accent WRC3
|
DE
|
A8
|
+6:42,3
|
--:--
|
9th
|
14
|
Auriol, Didier
Skoda Octavia WRC Evo3
|
FR
|
A8
|
+7:13,8
|
--:--
|
10th
|
22
|
Kresta, Roman
Peugeot 206WRC (2001)
|
CZ
|
A8
|
+7:50,9
|
--:--
|
a ver se consigo publicar a 257 miniaturas que tenho mais as 70 que estão por chegar
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